A colisão de um navio de bandeira norueguesa com um píer do Porto de Aratu, no município de Candeias, a 44 quilômetros de Salvador, provocou o vazamento de 5 mil litros de óleo lubrificante na noite de anteontem. Ninguém ficou ferido.
De acordo com o Centro de Recursos Ambientais (CRA), o produto está contido por barreiras na área do acidente, sendo recolhido com mantas de absorção pela empresa privada Hidroclin.
O biólogo José Antônio Lacerda, do plantão de emergência do órgão responsável pela fiscalização ambiental na Bahia, informa que não houve mortandade de peixes nem há risco para a vegetação de mangue da região, embora o impacto visual e de poluição das águas seja “considerável”.
Cerca de 12 funcionários da empresa terceirizada, em quatro embarcações, participaram da atividade de emergência. “Foram colocadas barreiras para evitar que o óleo se espalhe. O trabalho de recolhimento do O óleo foi contido rapidamente por quatro embarcações e 12 homens produto, usado como lubrificante no maquinário do navio, deve se prolongar ainda durante todo o dia (de hoje)”, acrescentou o biólogo.
O acidente ocorreu por volta das 21h30 do sábado. O navio NCC Jubail estava fazendo uma manobra e acabou batendo no píer do terminal de granéis líquidos do Porto de Aratu, responsável por 60% da carga marítima do Estado da Bahia.
O cargueiro, cujo agente de navegação na Bahia é a empresa Granel, foi contratado pela Braskem para transportar isopreno (utilizado na fabricação de borracha e como catalisador) e MTDE (aditivo de gasolina) para a Holanda, segundo o CRA e a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba).
Equipes da Capitania, do CRA e da Codeba estão acompanhando as operações de contenção do produto e retirada do material do mar. O capitão-de-mar-e-guerra Moniz de Aragão, da Capitania dos Portos, afirmou que o choque do navio com o píer abriu uma avaria de três metros de comprimento por dois metros de largura dois metros acima da linha d’água da embarcação.
“Em termos de segurança da navegação, o acidente não é grave, uma vez que a embarcação está retida no Porto de Aratu em condições seguras”, diz o capitão dos portos do Estado. Ainda segundo ele, “a Base Naval de Aratu disponibilizou 300 metros de barreiras de contenção, além de heliponto, cais para atracação e militares para apoiar o combate ao derramamento”.
A Capitania determinou a abertura de um inquérito administrativo para que sejam apontadas as responsabilidades pelo acidente. O resultado do inquérito deve ser encaminhado em até 90 dias ao Tribunal Marítimo, no Rio de Janeiro. Além da fiscalização da contenção do óleo e seu recolhimento, o CRA deve continuar avaliando os impactos ambientais.
O último acidente envolvendo navios mercantes foi no dia 6 de dezembro passado, quando o ferryboat Rio Paraguaçu colidiu com o navio Pirajuí, da Petrobras, na Baía de Todos os Santos, segundo a Capitania dos Portos.
Fonte: A Tarde
