O faturamento das 92 maiores empresas do setor turístico somou R$ 34,1 bilhões em 2007, crescimento de 14,8% frente ao que fora verificado no ano anterior. A informação está na 4ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, divulgada nesta segunda-feira pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e pelo Ministério do Turismo. A perspectiva, segundo as empresas consultadas, é que esse resultado permaneça em ascensão em 2008. A projeção, para este ano, é que o faturamento dessas companhias aumente, em média, 16,7%.
Para a ministra Marta Suplicy (Turismo), o resultado demonstra que a criação do ministério, no início do primeiro mandato de Lula, em 2003, foi uma política acertada. Marta ressaltou o fato de o orçamento do ministério ter subido para R$ 2,5 bilhões em 2008, ante R$ 1,8 bilhão de 2007. Ainda de acordo com Marta, 99% do orçamento do ano passado foi executado.
"O setor não está olhando para trás e está focando à frente. Diria que o setor vai de vento em popa', afirmou a ministra, durante a divulgação da pesquisa.
A alta no faturamento das empresas do setor turístico foi acompanhada pelo ritmo de contratações. O quadro de pessoal dessas empresas aumentou, em média, 23,5% em relação a 2006. Para 2008, os empresários consultados indicam que as contratações crescerão, em média, 8,5% no setor.
O único segmento que não registrou alta no faturamento foi o de agências de viagens. Segundo o coordenador de turismo da FGV, Luiz Gustavo Barbosa, isso ocorreu em função das quedas dos preços praticados no setor turístico, já que essas empresas trabalham com comissões sobre as vendas.
O dólar desvalorizado fez com que o aumento de turistas estrangeiros no Brasil em 2007 desacelerasse. Foram 5,2 milhões no ano passado, apenas 8 mil a mais do que o constatado em 2006. Marta Suplicy ressaltou que, ao mesmo tempo que o número de turistas estrangeiros teve um aumento pouco significativo, a entrada de divisas por parte dos visitantes aumentou.
"Estão vindo turistas que ficam mais tempo e que gastam mais", afirmou.
Luiz Gustavo Barbosa explicou também que as empresas que recebem estrangeiros vêm sofrendo um impacto maior. Essas companhias vendem em dólar e têm custos em real. Com o volume de turistas estrangeiros praticamente estável, Barbosa afirmou que, a exemplo do restante da economia, o mercado doméstico foi o propulsor do turismo em 2007.
"De 2005 para cá, os desembarques em vôos domésticos passaram de 30,5 milhões para 50 milhões. E a perspectiva é que esse crescimento continue", observou.
Entre as empresas entrevistadas estão agências de viagens, companhias aéreas, hotéis e operadoras de turismo.
Marta Suplicy disse também que pretende intensificar a promoção do Brasil nos Estados Unidos. Os americanos só perdem dos argentinos em número de visitantes no Brasil. Na esteira da visita da secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, Marta Suplicy destacou que pretende vender a imagem do Brasil para os afro-descendentes americanos.
Fonte: Folha Uol
